quarta-feira, 29 de setembro de 2010

PORQUE SE INSERIR NO PROCESSO!

Engajamento político é exercício da cidadania e da democracia. Mais do que um direito, tomar partido, fazer opções políticas e defendê-las é um dever, ainda que facultativo. Apesar disso, é freqüente que aquele que assume as suas opções políticas e as defende com clareza seja acusado de ter interesses pessoais ou até escusos.
Pregar imparcialidade política é um esforço alienante de setores da sociedade que sempre foram favorecidos pela anestesia cívica. É uma mentalidade alimentada pelos que prescindem do Estado porque podem pagar por saúde, educação, segurança, entre outros serviços aos quais as massas só têm acesso quando providos por esse mesmo Estado.
Você passou a vida ouvindo que “os políticos são todos iguais”. Quem professa crença na política como forma de melhorar o país e a própria vida, na melhor das hipóteses sofre acusação de “ingenuidade”.
Os que não precisam do Estado não querem que as pessoas contem com ele, por mais que dele precisem. Afinal, para funcionar o Estado precisa de dinheiro, ou seja, tem que cobrar impostos, e os mais ricos sempre fogem de ser chamados a contribuir.
Contudo, ao contrário do que uma das elites que mais concentra renda no mundo – a elite étnico-regional que infesta este país – difunde através da sua máquina de embotar mentes – a mídia –, a política é a única esperança que a anomalamente alargada base da pirâmide social brasileira tem de melhorar de vida.
Desonesto é aquele que se diz “isento” em política como se essa fosse uma postura decente. É como se entre a escolha de passar fome e de não passar o sujeito devesse se manter “imparcial”.
Esta discussão está sendo proposta ao Brasil nesta campanha eleitoral, por mais que os mentirosos que se dizem isentos tentem impedir que prospere. Este cidadão, portanto, tem lado na disputa política, pois, apesar de estar entre a classe social que prescinde do Estado, acredita que um povo despolitizado e um Estado fraco levarão este país a uma guerra civil.
Sou eleitor de Dilma Rousseff e defendo que você, eleitor, também vote nela. Jamais serei isento em política. E anote bem o que direi: sempre que você ler ou escutar alguém dizendo que não tem lado, que é isento, imparcial e outras baboseiras, tenha certeza de que está diante de um idiota ou de um mentiroso.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

PORQUE DILMA? GILBERTO DE CARVALHO





Dilma, que tem, sobretudo, um coração sensível, pode levar adiante
a reconstrução de nosso povo, para o bem da democracia plena e
verdadeira


Porque queremos que esta nova luz que começou a brilhar no olhar de milhões de brasileiros, como sinal de afirmação humana e cidadã, continue a brilhar sempre mais. Porque queremos que esta autoestima que
se afirma no coração e na mente de um povo por tanto tempo humilhado e
excluído se consolide e afugente para sempre o triste “complexo de
vira-latas” que vitimou aqueles que diziam nos representar. Porque
sabemos que a chave e a questão mais profunda do atual debate eleitoral
é esta: a emergência de uma nova consciência, de um novo posicionamento
de milhões de pessoas mantidas até aqui cuidadosamente “em seu lugar”,
destinadas apenas a reproduzir a riqueza e a reproduzir o pensamento,
usos e costumes dos senhores e dos “formadores de opinião”. O
significado do governo deste presidente, que desconcerta tanto os
seguidores dos velhos manuais, vai muito além do novo posicionamento do
Brasil na comunidade internacional; vai muito além da implementação
deste modelo econômico que nos permitiu crescer e ao mesmo tempo
distribuir renda e retirar milhões da miséria. Vai muito além dos
benefícios sociais e de tantas conquistas obtidas pelas maiorias e
minorias marginalizadas, levando mais de 30 milhões de brasileiros a
ingressar na classe média. Todas elas são, por certo, muito importantes
e constituem base material que assegura o apoio ao presidente e a seu
governo, mesmo após anos seguidos da mais dura e absolutamente livre
crítica, muitas vezes infundada, desrespeitosa e eivada de vil
preconceito. Na verdade, o significado mais profundo do exercício do
governo por este “sobrevivente da tribulação”, com todos os seus
limites e erros, é esta ruptura que ocorre quando a população percebe
que “um de nós” mostra ser possível ultrapassar muros antes
intransponíveis. Porque esta relação com um presidente que representa
as maiorias não só por ter sido eleito mas por “ser um dos nossos”
produziu no nosso povo um fenômeno inédito, de identificação que teve
consequências de difícil avaliação. Porque esta identificação não ficou
apenas na simples contemplação, mas na assunção efetiva de um novo
papel que as grandes maiorias passaram a exercer. Essa gente começa a
ocupar seu novo lugar e a exigir a vigência de uma democracia
verdadeira, em que novos direitos são conquistados e partilhados, sem
guerras, mas com muita firmeza. Esse povo começa a pisar em terrenos
antes proibidos, do Palácio do Planalto às poltronas dos aviões, dos
supermercados e lojas de eletrodomésticos às universidades, teatros e
cinemas… Essa gente começa a pensar com cabeça própria. E aí não tem
volta. É, de fato, muito difícil para a casa grande, particularmente
para seus áulicos, admitir que a senzala se moveu e que não se sabe
onde isso pode parar. Isso explica a raiva destilada em tantos textos
de iluminados e donos da verdade… É justamente este processo do nosso
povo, com o qual sempre sonhamos, e que apenas começa, que queremos ver
continuar… E Dilma, que não tem um projeto pessoal, mas que se entrega
a um projeto coletivo; Dilma, que tem toda a energia deste povo com
quem passou a conviver; que tem grande competência, forjada em tantos
anos de trabalho, e que tem, sobretudo, um coração sensível, pode levar
adiante esta reconstrução de nosso povo e do nosso país. Para o bem da
democracia plena e verdadeira. Para o bem da paz social, do respeito
aos direitos de todos e para a queda de tantos muros que até aqui
separam irmãos. Por isso, Dilma!

GILBERTO CARVALHO, 59, é chefe de gabinete da Presidência da República.

Feministas apóiam Netinho de Paula


Ativistas do movimento de mulheres apóiam o candidato ao Senado, porque ele poderá ser “um importante aliado em defesa dos direitos do povo, incluídos os direitos da mulher”

O candidato ao senado pelo PCdoB, Netinho de Paula, está sendo alvo de um ataque rasteiro que está na internet, na grande imprensa e explorado politicamente na campanha eleitoral da oposição na TV.  Refere-se a um episódio que teve repercussão na imprensa há cinco anos atrás, de agressão a uma ex-companheira.
Netinho já fez profunda autocrítica de seu ato. Publicamente pediu “perdão a todas as mulheres brasileiras” por seu ato, que considerou injustificável. Reconheceu que cometeu um erro e que nada justifica a violência contra a mulher. Convidou para seu programa  de estréia no SBT, o Show da Gente , em 09 de maio do ano passado, a companheira Maria da Penha, que deu nome à lei de combate à violência contra a mulher (clique aqui para ver www.youtube.com/watch?v=i8gDdK6hQk4).
A própria Maria da Penha afirmou que esta sua atitude representava uma grande contribuição ao combate à violência contra a mulher. Além disso, a própria Lei é inovadora por considerar que se deve trabalhar com os homens visando alterar seu comportamento, já que eles não são violentos pela própria natureza. Seu comportamento pode mudar. E o exemplo de Netinho é emblemático da justeza da lei. O que se pede mais?
Netinho de Paula ingressou no PCdoB, partido caracterizado por um profundo respeito pelos direitos da mulher e compromisso na luta pela sua emancipação. Elegeu-se vereador e mostrou ser político comprometido com suas origens populares. Vinculou-se ao campo representado por Lula e Dilma, Mercadante e Marta, como caminho para aprofundar as mudanças que o país está trilhando.
Nós, mulheres que temos uma longa trajetória de luta em defesa dos direitos femininos e contra a violência doméstica, votamos em Netinho porque ele teve coragem e dignidade para mudar. E com esta atitude clara e transparente presta um imenso serviço à causa do combate a violência contra a mulher.
Estamos com Netinho porque temos certeza de que ele no Senado será um importante aliado em defesa dos direitos do povo, incluídos os direitos da mulher. Netinho, com Dilma presidenta, Aloizio Mercadante governador e Marta Suplicy como companheira no Senado, junto com o PCdoB, tem propostas políticas avançadas para o país, para São Paulo, para o povo e para as mulheres.
As forças populares, democráticas e progressistas têm uma enorme conquista pela frente. Dentre elas, será muito bom ter no Senado um candidato negro, de origem simples e que graças à sua coerência e sua luta foi eleito para a Câmara Municipal de São Paulo terceiro mais votado nas eleições.  É o caminho para derrotar o verdadeiro caráter antipopular que caracteriza a oposição em nosso Estado.

Nádia Campeão – engenheira agrônoma, presidente estadual do PCdoB-SP
Liège Rocha – bibliotecária, secretária nacional da mulher do PCdoB
Leci Brandão – compositora e cantora, candidata a deputada estadual pelo PCdoB-SP
Ana Martins – assistente social, ex-vereadora e deputada estadual
Olivia Rangel – Jornalista e professora universitária, secretaria estadual da Mulher do PCdoB-SP
Fátima Duarte – médica, conselheira do Conselho Nacional de Saúde
Julia Roland – médica, vice-presidente estadual do PCdoB-SP
Matilde Ribeiro – Assistente social ex ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR)
Rosa de Lourdes – assistente Social - doutora em Saúde Pública e ativista na luta pelo fim da violência contra as mulheres de todas as idades, de todas as crenças, de todas as origens, de todas as etnias e raças
Rozina Conceição – bacharel em Direito, coordenadora estadual da União Brasileira de Mulheres
Rosa Anacleto – metroviária, vice-presidente da Unegro-SP

AEEEEE ESTADAO

Essa foi o Marco, um dos nossos comentaristas, que enviou. No último dia 20,
antes de declarar publicamente seu apoio a Serra, a Agência Estado, uma das
empresas do Estadão, publicou que a passagem de Serra por um comício no
Tocantins reuniu 20 mil pessoas. O tucano reunir tanta gente já é estranho,
mas a matéria tropeçou num “pequeno” erro: Serra nem tinha viajado ao
Tocantins devido ao mau tempo em São Paulo.

Outro “detalhezinho” a toa é que a notícia foi divulgada pela agência às
13h07, duas horas antes do início do evento. E lá estava escrito que a
passagem de Serra durou menos de quatro horas e chegou a reunir 20 mil
pessoas. Esse é o jornalismo de premonição praticado por um dos principais
jornais do país. Antes mesmo do fato, a matéria já estava pronta, com
destaque para o protagonista que faltou e até o público presente. Só
faltaram aspas do Serra atacando Lula ou Dilma, que poderiam ser
aproveitadas de qualquer outra matéria ou do editorial que ainda viria.

A Agência Estado é uma agência de notícias poderosa e o material que produz
é comprado por muitos jornais e portais em todos o país. Não se sabe quantos
reproduziram sua notícia fictícia, que chegava a descrever detalhes, como o
de que mais de 100 prefeitos do estado, além de senadores, ficaram “em torno
do tucano” para comício e carreata.

É o primeiro caso de comício por projeção holográfica da história, ou então
o Serra mandou seu ectoplasma lá para o Tocantins”

O diretor de redação do Estadão em Brasília, João Bosco Rabelo, disse ao
site Comunique-se<http://www.comunique-se.com.br/Conteudo/NewsShow.asp?idnot=6106&Editoria=8&Op2=1&Op3=0&pid=6360700516&fnt=fntnl>que
a matéria foi publicada por acidente, em função de uma falha no
sistema
de publicação. Que coincidência, não é? 

Hoje eu acordei meio Che Guevara!

Hj eu acordei meio Che Guevara, querendo fumar um charuto e mudar essa mierda!...acho que vou de Dilma!

A VERDADE FORTALECE A DEMOCRACIA

Nesse último período da campanha, quando as pesquisas apontam a possibilidade real de vitória da candidata de situação, em primeiro turno, setores da grande imprensa parecem ter decidido levar à risca a orientação de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e executiva do grupo Folha de São Paulo, publicadas no jornal O Globo, em 18/03/10, e assumir a linha de frente da campanha de Serra. Nas palavras da presidente da ANJ, "... obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo." 

Lida em março, essa declaração ainda poderia ser compreendida como um possível deslize, ou má articulação entre o pensamento e a fala, pois, verdade seja dita, a oposição não deixou de trabalhar um único minuto e atuou fortemente, especialmente contra todas as iniciativas do governo que criaram, ou ampliaram direitos aos setores mais vulneráveis da população. 

Essa preocupação com as dificuldades eleitorais da oposição também foi o assunto dominante no I Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, organizado pelo Instituto Millenium, em março, no qual Arnaldo Jabor ensinava que o importante é “impedir politicamente o pensamento de uma velha esquerda que não deveria mais existir no mundo”, declaração secundada por outro arroz de festa desses ambientes, Reinaldo Azevedo, para quem é preciso “mudar uma certa cultura” e “passar a defender os valores que são da democracia, da economia de mercado e do individualismo”. Ou seja, a democracia é boa, desde que o pensamento conservador arbitre o que pode e o que não pode. Aceitam a democracia, desde que ela seja tutelada. 

Colocada essa premissa, o próximo passo é responder sobre qual o sujeito político desta tarefa, já que os partidos de oposição estão fragilizados? A síntese das falas do referido seminário – que reuniu importantes representantes das seis famílias que controlam mais de 54% do que é publicado no país – foi feita por Jabor, para quem “a classe, o grupo e as pessoas ligadas à imprensa têm que ter uma atitude ofensiva e não defensiva [...] Nossa atitude tem que ser agressiva”. Parece que os setores mais conservadores cansaram – lembre do movimento Cansei, uma tentativa anterior de ação política oposicionista, com amplo apoio da mídia - de reclamar da postura não o suficientemente agressiva feita pelos partidos de oposição e decidiram assumir o protagonismo da ação política. 

Quando o presidente Lula passou a tratar o tema e classificou de parcial a cobertura da grande imprensa, aconselhando que o melhor seria ela “assumir que tem um candidato e um partido” e não ficar “vendendo uma neutralidade disfarçada”, uma afirmação estritamente dentro do debate político e do direito de opinião, a reação foi virulenta, ao ponto do editorial do Estadão (23/09) anunciar a “erosão das bases da ordem democrática” e repicar o lamento da presidente da ANJ quanto à relutância da “candidatura oposicionista em arrostar o presidente em pessoa por seus desmandos”. 

Essa reação descontrolada a uma crítica política mostra o quanto a estratégia pensada para essas eleições pelos conservadores está naufragando. 

É que a possível vitória de Dilma e de uma maioria de governadores e congressistas comprometidos com seu governo, desmonta a idéia de que o projeto iniciado por Lula está fadado a terminar com o fim do seu governo, como sonharam esses setores. A estratégia de Serra foi, desde o princípio, a de desdenhar da candidata Dilma e tentar colocá-la como uma simples invenção, que como tal seria “desconstituída” por ele no embate eleitoral. Esse desejo ganhou alento com a vitória da oposição no Chile, que derrotou o candidato apoiado pela presidenta Bachelet, que também estava à frente de um governo amplamente bem avaliado. . 

Ao ruir essa Bastilha de cartas e ter suas expectativas frustradas, a oposição ficou sem saber o rumo a tomar e escolheu o pior entre os caminhos possíveis, deixando-se capturar pelo setor mais retrógrado e belicoso do seu campo. Ao assumir esse caminho, ficou refém do discurso típico desse setor, que parece sempre estar vendo alguma conspiração contra a democracia e taxando como cooptação toda a ação de hegemonia política que desloca setores sociais do seu domínio político e ideológico. Ao assumir esse atalho, simplesmente abdicou de disputar projetos políticos e reduziu sua ação a repetir a cantilena de que as instituições democráticas estão em risco. 

Há um paradoxo entre a escalada midiática de produção de medos e riscos à democracia e o ambiente social real do país. Estamos vivendo o nosso mais longo período de democracia e alcançamos indicadores econômicos e sociais que alicerçam uma ampla expectativa positiva da sociedade quanto ao futuro; o presidente vai passar a faixa presidencial para a candidatura vitoriosa nas urnas e não foi seduzido pelo “canto de sereia” do terceiro mandato, que a sua extraordinária popularidade poderia viabilizar. Além disto, todas as instituições e grupos sociais possuem ampla liberdade e temos uma cidadania vigorosa, que está cada vez mais tendo canais de participação da vida pública. 

A reação da grande imprensa, portanto, não tem nada de defesa da liberdade de imprensa, que nunca foi tão intocada. Esse tema serve apenas como argumento para justificar a sua decisão de assumir papel protagonista no processo eleitoral. Tanto é assim, que não se viu qualquer reação desses meios, quando Demétrio Magnoli – figura obrigatória quando se trata de preocupação com os riscos à democracia e combate às políticas afirmativas para os negros – publicou longo artigo na Folha de São Paulo, no qual acusa dois jornalistas do próprio jornal por “falsear deliberadamente a história como faz o panfleto disfarçado de reportagem publicado nesta Folha”, assumindo a defesa da versão de que a escravidão era um item da pauta de exportação africana. Não contente com esse ataque, ele ainda chamou os repórteres de “engajados” e de que estão “a serviço de uma doutrina tentam fazer da história um escândalo”. O título do artigo não é outro do que “o jornalismo delinqüente”. O silêncio dos jornais diante dessa investida inédita e intimidadora, não combina em nada com a reação nervosa contra a fala do presidente.

O presidente é o guardião da Constituição e das instituições, não havendo qualquer indício de que não esteja cumprindo à risca suas obrigações constitucionais. A questão é que ele não abdicou do papel de líder político e o cumpre com grande determinação e reconhecimento público, contrariando a expectativa daqueles que o queriam distante da disputa dos projetos que verdadeiramente distinguem os campos políticos em disputa no país, o que facilitaria a estratégia tucana de transformar as eleições numa disputa pessoalizada e despolitizada. Agora, acabo de ler o editorial do Estadão, no qual cede à sugestão do presidente Lula e, finalmente, assume que está com Serra. Agora, agora tudo fica mais claro e, mesmo que tardia, a verdade sempre ajuda a fortalecer a democracia. 

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

DILMA, PARA OS BRITANICOS.


O jornal britânico “The Independent” publicou nesta segunda-feira uma longa reportagem sobre as eleições presidenciais brasileiras e classificou a candidata do PT, Dilma Rousseff, como a “ex-guerrilheira que pode se tornar a mulher mais poderosa do mundo".

A reportagem lembra os anos de resistência de Dilma Rousseff contra a ditadura militar brasileira e diz que ela está muito perto de se tornar a primeira mulher a ser presidente do Brasil.


De acordo com o jornal, Dilma pode se tornar mais poderosa do que a chanceler alemã, Angela Merkel, e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, em virtude da enorme prosperidade do Brasil e a descoberta de recentes riquezas. “A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a China, é algo que a Europa e EUA podem apenas invejar”, diz a publicação.


O texto traça o perfil da ex-ministra da Casa Civil e lembra que, apesar da luta contra o regime militar, ela sonhava em ser bailarina ou trapezista. “Assim como o presidente Jose Mujica, do Uruguai, a senhora Rousseff não se constrange com o passado de guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e a temporada na prisão como prisioneira política”, escreve o correspondente Hugh O’Shaughnessy.


Segundo o jornalista, Dilma tem estado ao lado do presidente Lula "em suas principais conquistas", como a descoberta de petróleo na camada pré-sal e a redução dos índices de pobreza no país. O jornal, diz, porém, que o enorme potencial eleitoral de Dilma é respaldado pelo presidente Lula e pelo “enfadonho” adversário, José Serra.

Foto: Reprodução
Reprodução da matéria divulgada no site do jornal britânico "The Independent". A publicação destaca a possibilidade da vitória de Dilma Rousseff ainda no 1° turno


A reportagem do “The Independent” fala sobre as denúncias que derrubaram a sucessora de Dilma na Casa Civil, a ex-ministra Erenice Guerra, mas diz que o escândalo “não parece ter abalado a sua popularidade”.


A reportagem conclui dizendo que Dilma deve convidar todos os líderes de esquerda da América Latina para sua posse, que será uma “celebração da decência política e do feminismo”.

COMEÇA A SEMANA EM QUE O BRASIL VAI ELEGER A PRIMEIRA MULHER PRESIDENTE DA NAÇAO MAIS FELIZ DO MUNDO! VAMOS EM FRENTE

sábado, 25 de setembro de 2010

ONG MENINOS E MENINAS DE RUA SBC

Hj tive o prazer de participar do aniversario da ONG Meninos e Meninas de Rua de Sao Bernardo do Campo, experiencia maravilhosa...gente seria, comprometida e muito eficaz! o show foi lindo, cada vez estou mais convicto que quando o povo tem oportunidade de conhecer cultura de qualidade ele gosta e se indentifica...ver a expressao das pessoas ouvindo Ivan Lins, Chico Buarque, Milton Nascimento...nao tem preço.
Amanha 25/09  as 15h00 POCKET SHOW ERNESTO GUEVARA na ONG Meninos e Meninas de Rua....em Sao Bernardo do Campo
 Rua Jurubatuba, 1610 inf. 011- 9549-4995 LEO

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A mídia comercial em guerra contra Lula e Dilma


Sou profundamente pela liberdade de expressão em nome da qual fui punido com o “silêncio obsequioso”pelas autoridades do Vaticano. Sob risco de ser preso e torturado, ajudei a editora Vozes a publicar corajosamente o “Brasil Nunca Mais” onde se denunciavam as torturas, usando exclusivamente fontes militares, o que acelerou a queda do regime autoritário.

Esta história de vida, me avaliza para fazer as críticas que ora faço ao atual enfrentamento entre o Presidente Lula e a midia comercial que reclama ser tolhida em sua liberdade. O que está ocorrendo já não é um enfrentamento de idéias e de interpretações e o uso legítimo da liberdade da imprensa. Está havendo um abuso da liberdade de imprensa que, na previsão de uma derrota eleitoral, decidiu mover uma guerra acirrada contra o Presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Nessa guerra vale tudo: o factóide, a ocultação de fatos, a distorção e a mentira direta.

Precisamos dar o nome a esta mídia comercial. São famílias que, quando vêem seus interesses comerciais e ideológicos contrariados, se comportam como “famiglia” mafiosa. São donos privados que pretendem falar para todo Brasil e manter sob tutela a assim chamada opinião pública. São os donos do Estado de São Paulo, da Folha de São Paulo, de O Globo, da revista Veja na qual se instalou a razão cínica e o que há de mais falso e chulo da imprensa brasileira. Estes estão a serviço de um bloco histórico, assentado sobre o capital que sempre explorou o povo e que não aceita um Presidente que vem deste povo. Mais que informar e fornecer material para a discussão pública, pois essa é a missão da imprensa, esta mídia empresarial se comporta como um feroz partido de oposição.

Na sua fúria, quais desesperados e inapelavelmente derrotados, seus donos, editorialistas e analistas não têm o mínimo respeito devido à mais alta autoridade do pais, ao Presidente Lula. Nele vêem apenas um peão a ser tratado com o chicote da palavra que humilha.

Mas há um fato que eles não conseguem digerir em seu estômago elitista. Custa-lhes aceitar que um operário, nordestino, sobrevivente da grande tribulação dos filhos da pobreza, chegasse a ser Presidente. Este lugar, a Presidência, assim pensam, cabe a eles, os ilustrados, os articulados com o mundo, embora não consigam se livrar do complexo de vira-latas, pois se sentem meramente menores e associados ao grande jogo mundial. Para eles, o lugar do peão é na fábrica produzindo.

Como o mostrou o grande historiador José Honório Rodrigues (
Conciliação e Reforma) “a maioria dominante, conservadora ou liberal, foi sempre alienada, antiprogresssita, antinacional e nãocontemporânea. A liderança nunca se reconciliou com o povo. Nunca viu nele uma criatura de Deus, nunca o reconheceu, pois gostaria que ele fosse o que não é. Nunca viu suas virtudes nem admirou seus serviços ao país, chamou-o de tudo, Jeca Tatu, negou seus direitos, arrasou sua vida e logo que o viu crescer ela lhe negou, pouco a pouco, sua aprovação, conspirou para colocá-lo de novo na periferia, no lugar que contiua achando que lhe pertence (p.16)”.

Pois esse é o sentido da guerra que movem contra Lula. É uma guerra contra os pobres que estão se libertando. Eles não temem o pobre submisso. Eles tem pavor do pobre que pensa, que fala, que progride e que faz uma trajetória ascendente como Lula. Trata-se, como se depreende, de uma questão de classe. Os de baixo devem ficar em baixo. Ocorre que alguém de baixo chegou lá em cima. Tornou-se o Presidene de todos os brasileiros. Isso para eles é simplesmente intolerável.

Os donos e seus aliados ideológicos perderam o pulso da história. Não se deram conta de que o Brasil mudou. Surgiram redes de movimentos sociais organizados de onde vem Lula e tantas outras lideranças. Não há mais lugar para coroneis e de “fazedores de cabeça” do povo. Quando Lula afirmou que “a opinião pública somos nós”, frase tão distorcida por essa midia raivosa, quis enfatizar que o povo organizado e consciente arrebatou a pretensão da midia comercial de ser a formadora e a porta-voz exclusiva da opinião pública. Ela tem que renunciar à ditadura da palabra escrita, falada e televisionada e disputar com outras fontes de informação e de opinião.

O povo cansado de ser governado pelas classes dominantes resolveu votar em si mesmo. Votou em Lula como o seu representante. Uma vez no Governo, operou uma revolução conceptual, inaceitável para elas. O Estado não se fez inimigo do povo, mas o indutor de mudanças profundas que beneficiaram mais de 30 milhões de brasileiros. De miseráveis se fizeram pobres laboriosos, de pobres laboriosos se fizeram classe média baixa e de classe média baixa de fizeram classe média. Começaram a comer, a ter luz em casa, a poder mandar seus filhos para a escola, a ganhar mais salário, em fim, a melhorar de vida.

Outro conceito inovador foi o desenvolvimento com inclusão soicial e distribuição de renda. Antes havia apenas desenvolvimento/crescimento que beneficiava aos já beneficiados à custa das massas destituidas e com salários de fome. Agora ocorreu visível mobilização de classes, gerando satisfação das grandes maiorias e a esperança que tudo ainda pode ficar melhor. Concedemos que no Governo atual há um déficit de consciência e de práticas ecológicas. Mas importa reconhecer que Lula foi fiel à sua promessa de fazer amplas políticas públicas na direção dos mais marginalizados.

O que a grande maioria almeja é manter a continuidade deste processo de melhora e de mudança. Ora, esta continuidade é perigosa para a mídia comercial que assiste, assustada, o fortalecimento da soberania popular que se torna crítica, não mais manipulável e com vontade de ser ator dessa nova história democrática do Brasil. Vai ser uma democracia cada vez mais participativa e não apenas delegatícia. Esta abria amplo espaço à corrupção das elites e dava preponderância aos interesses das classes opulentas e ao seu braço ideológico que é a mídia comercial. A democracia participativa escuta os movimentos sociais, faz do Movimento dos Sem Terra (MST), odiado especialmente pela VEJA faz questão de não ver, protagonista de mudanças sociais não somente com referência à terra mas também ao modelo econômico e às formas cooperativas de produção.

O que está em jogo neste enfrentamento entre a midia comercial e Lula/Dilma é a questão: que Brasil queremos? Aquele injusto, neocoloncial, neoglobalizado e no fundo, retrógrado e velhista ou o Brasil novo com sujeitos históricos novos, antes sempre mantidos à margem e agora despontando com energias novas para construir um Brasil que ainda nunca tínhamos visto antes. 

Esse Brasil é combatido na pessoa do Presidente Lula e da candidata Dilma. Mas estes representam o que deve ser. E o que deve ser tem força. Irão triunfar a despeito das má vontade deste setor endurecido da midia comercial e empresarial. A vitória de Dilma dará solidez a este caminho novo ansiado e construido com suor e sangue por tantas gerações de brasileiros.
(*) Teólogo, filósofo, escritor e representante da Iniciativa Internacional da Carta da Terra.

Pela ampla liberdade de expressão no Brasil.

O ato “contra o golpismo midiático e em defesa da democracia”, proposto e organizado pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, adquiriu uma dimensão inesperada.

Alguns veículos da chamada grande imprensa atacaram esta iniciativa de maneira caluniosa e agressiva. Afirmaram que o protesto é “chapa branca”, promovido pelos “partidos governistas” e por centrais sindicais e movimentos sociais “financiados pelo governo Lula”. De maneira torpe e desonesta, estamparam em suas manchetes que o ato é “contra a imprensa”.

Diante destas distorções, que mais uma vez mancham a história da imprensa brasileira, é preciso muita calma e serenidade. Não vamos fazer o jogo daqueles que querem tumultuar as eleições e deslegitimar o voto popular, que querem usar imagens da mídia na campanha de um determinado candidato. Esta eleição define o futuro do país e deveria ser pautada pelo debate dos grandes temas nacionais, pela busca de soluções para os graves problemas sociais. Este não é momento de baixarias e extremismos.

Para evitar manipulações, alguns esclarecimentos são necessários:

1. A proposta de fazer o ato no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo teve uma razão simbólica. Neste auditório que homenageia o jornalista Vladimir Herzog, que lutou contra a censura e foi assassinado pela ditadura militar, estão muitos que sempre lutaram pela verdadeira liberdade de expressão, enquanto alguns veículos da “grande imprensa” clamaram pelo golpe, apoiaram a ditadura – que torturou, matou, perseguiu e censurou jornalistas e patriotas – e criaram impérios durante o regime militar. Os inimigos da democracia não estão no auditório Vladimir Herzog. Aqui cabe um elogio e um agradecimento à diretoria do sindicato, que procura manter este local como um espaço democrático, dos que lutam pela verdadeira liberdade de expressão no Brasil.

2. O ato, como já foi dito e repetido – mas, infelizmente, não foi registrado por certos veículos e colunistas –, foi proposto e organizado pelo Centro de Estudos Barão de Itararé, entidade criada em maio passado, que reúne na sua direção, ampla e plural, jornalistas, blogueiros, acadêmicos, veículos progressistas e movimentos sociais que lutam pela democratização da comunicação. Antes mesmo do presidente Lula, no seu legítimo direito, criticar a imprensa “partidarizada” nos comícios de Juiz de Fora e Campinas, o protesto contra o golpismo midiático já estava marcado. Afirmar o contrário, insinuando que o ato foi “orquestrado”, é puro engodo. Tentar partidarizar um protesto dos que discordam da cobertura da imprensa é tentar, isto sim, censurar e negar o direito à livre manifestação, o que fere a própria Constituição. É um gesto autoritário dos que gostam de criticar, mas não aceitam críticas – que se acham acima do Estado de Direito.

3. Esta visão autoritária, contrária aos próprios princípios liberais, fica explícita quando se tenta desqualificar a participação no ato das centrais sindicais e dos movimentos sociais, acusando-os de serem “ligados ao governo”. Ou será que alguns estão com saudades dos tempos da ditadura, quando os lutadores sociais eram perseguidos e proibidos de se manifestar? O movimento social brasileiro tem elevado sua consciência sobre o papel estratégico da mídia. Ele é vítima constante de ataques, que visam criminalizar e satanizar suas lutas. Greves, passeatas, ocupações de terra e outras formas democráticas de pressão são tratadas como “caso de polícia”, relembrando a Velha República. Nada mais justo que critiquem os setores golpistas e antipopulares da velha mídia. Ou será que alguns veículos e até candidatos, que repetem o surrado bordão da “república sindical”, querem o retorno da chamada “ditabranda”, com censura, mortos e desaparecidos? O movimento social sabe que a democracia é vital para o avanço de suas lutas e para conquista de seus direitos. Por isso, está aqui! Ele não se intimida mais diante do terrorismo midiático.

4. Por último, é um absurdo total afirmar que este ato é “contra a imprensa” e visa “silenciar” as denúncias de irregularidades nos governos. Só os ingênuos acreditam nestas mentiras. Muitos de nós somos jornalistas e sempre lutamos contra qualquer tipo de censura (do Estado ou dos donos da mídia), sempre defendemos uma imprensa livre (inclusive da truculência de certas redações). Quem defende golpes e ditaduras, até em tempos recentes, são alguns empresários retrógrados do setor. Quem demite, persegue e censura jornalistas são os mesmos que agora se dizem defensores da “liberdade de imprensa”. Somos contra qualquer tipo de corrupção, que onera os cidadãos, e exigimos apuração rigorosa e punição exemplar dos corruptos e dos corruptores. Mas não somos ingênuos para aceitar um falso moralismo, típico udenismo, que é unilateral no denuncismo, que trata os “amigos da mídia” como santos, que descontextualiza denúncias, que destrói reputações, que desrespeita a própria Constituição, ao insistir na “presunção da culpa”. Não é só o filho da ex-ministra Erenice Guerra que está sob suspeição; outros filhos e filhas, como provou a revista CartaCapital, também mereceriam uma apuração rigorosa e uma cobertura isenta da mídia.

5- Neste ato, não queremos apenas desmascarar o golpismo midiático, o jogo sujo e pesado de um setor da imprensa brasileira. Queremos também contribuir na luta em defesa da democracia. Esta passa, mais do que nunca, pela democratização dos meios de comunicação. Não dá mais para aceitar uma mídia altamente concentrada e perigosamente manipuladora. Ela coloca em risco a própria a democracia. Vários países, inclusive os EUA, adotam medidas para o setor. Não propomos um “controle da mídia”, termo que já foi estigmatizado pelos impérios midiáticos, mas sim que a sociedade possa participar democraticamente na construção de uma comunicação mais democrática e pluralista. Neste sentido, este ato propõe algumas ações concretas:

- Desencadear de imediato uma campanha de solidariedade à revista CartaCapital, que está sendo alvo de investida recente de intimidação. É preciso fortalecer os veículos alternativos no país, que sofrem de inúmeras dificuldades para expressar suas idéias, enquanto os monopólios midiáticos abocanham quase todo o recurso publicitário. Como forma de solidariedade, sugerimos que todos assinemos publicações comprometidas com a democracia e os movimentos sociais, como a Carta Capital, Revista Fórum, Caros Amigos, Retrato do Brasil, Jornal Brasil de Fato, Revista do Brasil, Hora do Povo entre outros; sugerimos também que os movimentos sociais divulguem em seus veículos campanhas massivas de assinaturas destas publicações impressas;

- Solicitar, através de pedidos individuais e coletivos, que a vice-procuradora regional eleitoral, Dra. Sandra Cureau, peça a abertura dos contratos e contas de publicidade de outras empresas de comunicação – Editora Abril, Grupo Folha, Estadão e Organizações Globo –, a exemplo do que fez recentemente com a revista CartaCapital. É urgente uma operação “ficha limpa” na mídia brasileira. Sempre tão preocupadas com o erário público, estas empresas monopolistas não farão qualquer objeção a um pedido da Dra. Sandra Cureau.

- Deflagrar uma campanha nacional em apoio à banda larga, que vise universalizar este direito e melhorar o PNBL recentemente apresentado pelo governo federal. A internet de alta velocidade é um instrumento poderoso de democratização da comunicação, de estimulo à maior diversidade e pluralidade informativas. Ela expressa a verdadeira luta pela “liberdade de expressão” nos dias atuais. Há forte resistência à banda larga para todos, por motivos políticos e econômicos óbvios. Só a pressão social, planejada e intensa, poderá garantir a universalização deste direito humano.

- Apoiar a proposta do jurista Fábio Konder Comparato, encampada pelas entidades do setor e as centrais sindicais, do ingresso de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) por omissão do parlamento na regulamentação dos artigos da Constituição que versam sobre comunicação. Esta é uma justa forma de pressão para exigir que preceitos constitucionais, como o que proíbe o monopólio no setor ou o que estimula a produção independente e regional, deixem de ser letra morta e sejam colocados em prática. Este é um dos caminhos para democratizar a comunicação.

- Redigir um documento, assinado por jornalistas, blogueiros e entidades da sociedade civil, que ajude a esclarecer o que está em jogo nas eleições brasileiras e que o papel da chamada grande imprensa tem jogado neste processo decisivo para o país. Ele deverá ser amplamente divulgado em nossos veículos e será encaminhado à imprensa internacional.

SOBERANO EH O POVO!




À NAÇÃO


Em uma democracia nenhum poder é soberano.

Soberano é o povo.

É esse povo – o povo brasileiro – que irá expressar sua vontade soberana no próximo dia 3 de outubro, elegendo seu novo Presidente e 27 Governadores, renovando toda a Câmara de Deputados, Assembléias Legislativas e dois terços do Senado Federal.

Antevendo um desastre eleitoral, setores da oposição têm buscado minimizar sua derrota, desqualificando a vitória que se anuncia dos candidatos da coalizão Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada por Dilma Rousseff.

Em suas manifestações ecoam as campanhas dos anos 50 contra Getúlio Vargas e os argumentos que prepararam o Golpe de 1964. Não faltam críticas ao “populismo”, aos movimentos sociais, que apresentam como “aparelhados pelo Estado”, ou à ameaça de uma “República Sindicalista”, tantas vezes repetidas em décadas passadas para justificar aventuras autoritárias.

O Presidente Lula e seu Governo beneficiam-se de ampla aprovação da sociedade brasileira. Inconformados com esse apoio, uma minoria com acesso aos meios, busca desqualificar esse povo, apresentando-o como “ignorante”, “anestesiado” ou “comprado pelas esmolas” dos programas sociais.

Desacostumados com uma sociedade de direitos, confunde-na sempre com uma sociedade de favores e prebendas.

O manto da democracia e do Estado de Direito com o qual pretendem encobrir seu conservadorismo não é capaz de ocultar a plumagem de uma Casa Grande inconformada com a emergência da Senzala na vida social e política do país nos últimos anos. A velha e reacionária UDN reaparece “sob nova direção”.

Em nome da liberdade de imprensa querem suprimir a liberdade de expressão.

A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada.

É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa.

Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo.

Mesmo quando acusaram sem provas.

Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de resposta.

Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do próprio Presidente da República.

A oposição está colhendo o que plantou nestes últimos anos.

Sua inconformidade com o êxito do Governo Lula, levou-a à perplexidade. Sua incapacidade de oferecer à sociedade brasileira um projeto alternativo de Nação, confinou-a no gueto de um conservadorismo ressentido e arrogante.

O Brasil passou por uma grande transformação.

Retomou o crescimento. Distribuiu renda. Conseguiu combinar esses dois processos com a estabilidade macroeconômica e com a redução da vulnerabilidade externa. E – o que é mais importante – fez tudo isso com expansão da democracia e com uma presença soberana no mundo.

Ninguém nos afastará desse caminho.

Viva o povo brasileiro.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Hoje apresento nosso Pocket Show no Giramundo SBC, 20h00 Rua Olegario herculano 235. Informaçoes: 4066 6167





O ser humano tem duas habilidades natas fundamentais: aprender e ensinar. Aprendemos e ensinamos o tempo todo, durante toda a vida. Muitos decidem aprofundar esta prática quando descobrem que é uma vocação – e tornam-se professores. E não há outra razão em seguir este caminho que não seja o amor ao ofício. Jamais se viu um professor enriquecer através de sua profissão.
Qualquer um de nós, se puxar da memória, vai se lembrar de seus professores – especialmente daqueles que o acompanharam durante o processo de alfabetização. E mesmo que os tenhamos odiado em algum momento – por uma nota baixa recebida ou pela repetência que nos impuseram – guardamos um carinho especial por eles. Foram um pouco nossos pais e nossas mães naqueles tempos.
Dá pra imaginar nossos antigos professores apanhando da polícia? Ou recebendo um salário tão miserável que, para terem uma vida digna e condições de sustentar suas famílias, fossem obrigados a trabalhar 16 horas por dia, se alimentando mal, dormindo pouco e quase não tendo convívio com suas próprias famílias? E como se não bastasse, sentindo-se humilhados pela sociedade e impotentes diante da delinquência e do baixo aproveitamento de seus alunos?
É claro que me refiro aqui ao retrato do ensino público em São Paulo. Ao contrário das fantasiosas imagens veiculadas na TV pelo governo paulista, não há dois professores em sala de aula. Não há alegria nem entusiasmo por parte dos alunos. Não há professores sorridentes, bem dispostos e orgulhosos de seu nobre ofício. Muito menos alunos bem formados nas escolas públicas conquistando vagas no ensino superior.
Direto ao ponto: salvo raríssimas exceções, não há ensino algum nas salas de aula das escolas públicas de São Paulo. Os jovens de famílias humildes chegam ao segundo grau semi-analfabetos e incapazes de, sequer, resolver um simples exercício de aritmética. A maioria desiste e muitos se aproximam perigosamente das drogas e da marginalidade.
Os assaltantes, assassinos, sequestradores, traficantes, viciados, prostitutas e moradores de rua da São Paulo de amanhã, são os alunos de suas escolas públicas de hoje. Pode-se afirmar que, sob o sistema de ensino público do PSDB – que coloca o estado como campeão nacional do pior aproveitamento escolar – São Paulo é o maior produtor de semi-analfabetos do país.
Enquanto as elites paulistas vivem numa ilha cercada de bairros pobres e seus filhos recebem educação em escolas particulares, os governos demo-tucanos reservam o desprezo absoluto à educação pública. (Como acontece, aliás, em relação a TODOS os serviços públicos de São Paulo). Salas de aula superlotadas, instalações deterioradas, falta de material, merendas infectadas por coliformes fecais, salários de fome, falta de segurança, professores reféns da violência, alunos drogados…
Para amenizar o problema de superlotação, no lugar de investimentos, o governo do PSDB instituiu, desde 1996, um mecanismo excludente que chamou de Sistema de Progressão Continuada. Justificam o “moderno sistema” com uma baboseira psicopedagógica que nem vale a pena comentar. Na prática, a Progressão Continuada, ancorada à decadência da rede educacional paulista, não passa de um incentivo à vagabundagem que garante ao aluno passar de ano sem aprender nada e “liberar” a vaga.
É sabido que o baixo aproveitamento no ensino fundamental afetará o aluno no restante dos estudos e por toda sua vida. Porque existem fases para cada grau do aprendizado. O aluno não pode voltar para o início esperando recuperar-se da má formação fundamental. Não terá a mesma janela mental depois de adulto.
O PSDB não tem justificativas. Estão há 4 mandatos governando o estado e nada melhora. E a educação paulista é um lixo incontestável. Quantos mandatos mais precisarão para resolver os problemas nesta área que muito mais que recursos, exige vontade? Possuem o maior orçamento da união e sangram verbas astronômicas com uma obra faraônica, o Rodoanel, que há mais de uma década cultuam como um monumento sagrado ao desenvolvimento.
A propaganda televisiva, a blindagem aos governos do PSDB pela mídia paulista e a demonização do governo federal, reduzem as eleições estaduais a um jogo de cartas marcadas onde se revezam os mesmos políticos e mantêm-se o governo sob controle permanente do PSDB. O cidadão paulista que, do alto de sua arrogância, se considera superior e mantenedor do resto do país porque aprendeu a se autodenominar “locomotiva”, é, na verdade o grande ludibriado e também sofre na pele as consequências da exclusão social – mesmo pertencendo à “margem” das elites. Pois a enorme legião de fracassados produzidos no ensino público de São Paulo, faz da classe média sua principal vítima. Se não, de onde surgem os bandidos que atacam a população da classe média, praticando latrocínios, sequestros relâmpago, estelionatos etc e batendo recordes anuais de violência? Do nordeste? Claro que não. São prata da casa do PSDB mesmo.
Não existe saída: enquanto não houver consciência de que a exclusão imposta à maioria da população paulista pelas elites e seus governos voltará em forma de violência, o estado estará andando em círculos e potencializando seu caos. De nada adiantam grades, alarmes, guarda-costas, blindagem ou pitbuls. Eles estão lá, os excluídos, proibidos de sua cidadania e não há como ignorá-los.
Serra, Alckmin, Kassab, Maluf… são faces da mesma moeda. Suas políticas sociais são fotografias. Seu discurso, o medo e a ficção. São políticos profissionais, mercenários pragmáticos, montados em projetos pessoais de ascensão nas escadarias do poder, sem nenhum compromisso com o São Paulo e seu povo.